segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Resenha: Reescrevendo Sonhos

Olá. Hoje estou aqui revivendo esse blog por uma boa causa. Terminei de ler um livro de uma amiga e aqui estou para falar um pouco, para quem estiver lendo, sobre como essa é uma história que todxs deveriam ler. Acho que estou um pouco enferrujada nessa coisa de escrever resenhas (e de blog também), mas prometo dar o meu melhor. <3
Vamos lá.

Livro: Reescrevendo Sonhos
Autora: Marcia Dantas

Em "Reescrevendo Sonhos", acompanhamos a história de Luciana, uma jovem escritora que passou por uma tragédia e agora luta para se recuperar e vencer um bloqueio de escrita provocado pelo trauma. Ela tem a ajuda de Bárbara, uma agente literária que aparece em sua vida de uma maneira inesperada, e tem ligações com os sonhos da escritora.
Logo nas primeiras páginas percebi que seria um livro difícil de largar, uma vez que se começa a ler. Mergulhamos na rotina de Luciana, e com a riqueza de detalhes que a autora nos proporciona, nos tornamos íntimos da personagem. Ela, assim como Bárbara, são extremamente reais e palpáveis. A tragédia que Luciana sofreu é mencionada desde o começo, e sabemos ser seu grande trauma. A curiosidade é grande no começo, pois a tragédia não é explicada. Mas ao acompanhar a rotina de Luciana, bem como sua ida à terapia, nos acostumamos com a ideia de que tudo tem seu tempo, e que tudo será revelado no momento certo.
A autora, aqui, sabe de fato como usar isso. Tudo é revelado em seu momento. No momento em que a história pede que seja revelado, será. E tudo vai caminhando para um mesmo ponto, quando os nós começam a se desatar e tudo começa a fazer sentido, a narrativa é concluída com maestria pela autora.
Leitura por puro entretenimento é bom, mas é ainda melhor quando esse entretenimento é acompanhado por algo importante, que acrescenta nas nossas vidas. E assim é com o livro de Marcia.
"Reescrevendo Sonhos" nos lembra que todos temos que passar por um processo para superar nossos traumas, que tudo tem seu tempo e tem um motivo, e que não devemos desistir ou nos deixar desmotivar diante das coisas que acontecem. Nos lembra que temos que ter nosso tempo de luto, que é importante, e também nossa recuperação. Que todos esses passos fazem parte da nossa trajetória. E, sobretudo, nos lembra para não desistir dos nossos sonhos - que podem ser continuamente reescritos.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Harder, Better, Faster, Stronger

Escrever ou deixar pra lá.

Estou de TPM, não estou preocupada com a coerência, não estou preocupada em escrever um bom texto. Não é nenhum concurso.

Justificar é meio chato e tal.

Lembro de ter uma época mesmo em que as pessoas não consideravam as profissões ligadas a arte como "profissão de verdade". Música, desenho, pintura, escultura, escrita, cinema. Mas ultimamente tenho visto muitas pessoas dizerem que ser artista é que é legal e que o chato é ter uma profissão "normal". Chato é ficar num escritório, dia após dia, na frente do computador, lidando com números e letras que não são muito além disso: números e letras.

Porque não é possível que uma pessoa seja feliz e fique são se todos os dias ela faz a mesma coisa no mesmo lugar com as mesmas pessoas, e as mesmas metas, e as mesmas cobranças, e...

...E que seria um absurdo se vangloriar de ter uma profissão dessas. Magina. Ser cool é ser artista, fazer seu próprio horário, e a grana? Grana não é importante, importante é ser feliz! Legal não é morar na cidade grande, pegar horas de trânsito todo dia, ônibus lotado, poluição. Legal é morar no interior, sem internet, sem trânsito e viver, sei lá, de artesanato.

É. Mas quem paga suas contas?

Se é o artesanato, a pintura, o desenho, o cinema, e você faz o que gosta, ótimo. Parabéns, você é uma pessoa que trabalha com o que gosta e se sustenta com isso. Mas outros milhões não.

E não é possível que esses outros milhões sejam felizes! Afinal eles são só milhões de pessoas com vidas iguais e sem graça.

Mas as pessoas podem ser felizes tendo trabalhos "sem graça". O contador, a bancária, a caixa do Carrefour, o faxineiro da escola, a recepcionista da faculdade, o porteiro do seu prédio, nenhum deles é feliz? Oi, nem todo mundo é "artista".

E nem todo artista se sustenta com a sua arte.

Por que eu deveria ter vergonha de dizer que me formei em audiovisual, mas não me sustento com a atividade? Significa que eu desisti, que eu me iludi, que eu não sou boa o suficiente naquilo que eu gosto de fazer?

Quando eu era adolescente costumava dizer pra quem quisesse ouvir - inclusive pra mim mesma - que não importava o que você quisesse ser, o que quisesse exercer como profissão, que pra ser bem sucedido você teria que ser bom no que faz. E se destacar. E ir atrás, se esforçar e nunca desistir.

É, parecia fácil.

É fácil dizer que dinheiro não importa, mas quando você tem que conquistar tudo pelo próprio esforço, não é bem assim que a coisa funciona. É fácil dizer que não se dever desistir nunca, mesmo quando uma porta se fecha, mas ver a porta fechando ali na sua frente é um pouco diferente. É fácil falar em greve quando se está na faculdade, mas quando você está no tal mercado de trabalho, se vendo obrigado a fazer alguma coisa pra que um mínimo de dignidade e consideração seja concedido à sua classe, também é diferente.

(E é muito fácil reclamar da greve alheia quando o seu não está na reta. Mas isso é outro assunto.)

Eu não desisti. Mas ver gente falando o quão legal é deixar pra lá o dinheiro e a vida na cidade grande e ser aquilo que você gostaria de ser, ao invés de ter mais um emprego "igual a milhares de outros", parece que eu não estou me esforçando o suficiente. Que não estou fazendo o que deveria fazer, os sacrifícios que eu deveria fazer pra ir atrás do meu sonho.

Só que às vezes a pessoa não pode se dar ao luxo de alguns sacrifícios. Às vezes, o dinheiro importa sim. Às vezes, você só encontra espaço ali na cidade grande, poluída, lotada e congestionada.

E eu realmente continuo tentando. Talvez eu precise tentar mais. Ficar melhor. Agir mais rápido. Ser mais forte.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Autorretrato

Sentada de costas para o mundo, ocasionalmente desviando o olhar do livro para a outra mesa, por pura curiosidade e vontade de observar. É difícil se concentrar no livro com antos estímulos visuais à volta.

O café é só uma desculpa para passar o tempo, porque o que interessa é o chocolate.

Às vezes, abaixa o livro e olha em volta, para ver se as mesmas pessoas ainda estão ali, o que justificaria a permanência na mesa mesmo depois do café e do chocolate.

Mais um pouco do livro. Um sorriso que não se importa com o mundo externo. Depois, o horário no celular e a volta à realidade.

(Achei que iria escrever mais.)

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Reinaugurando

Reinaugurando o blog com um novo nome e a mesma cara. Porque "Sangue em cena" estava começando a não fazer mais sentido. Porque, afinal, nunca falei aqui muito nem de sangue nem de cena.

Não que isso me impeça de falar futuramente, claro.

Enfim, cansada, mas com uma pontinha de empolgação nascendo das cinzas, tentando empurrar meu ânimo pra frente, vamo que vamo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

"Você /precisa/ escrever?"

Já ouvi isso algumas vezes. Parece que algumas pessoas pensam que, se aquela atividade não é o que vai te dar dinheiro ou te fazer passar de ano na faculdade, você não precisa fazer. É supérfluo. Parece que, se o que você está fazendo não te dá dinheiro nem é importante para sua carreira (além de não estar nos parâmetros do que a maioria das pessoas considera como "lazer"), então você está perdendo tempo.

"Então você não precisa escrever, você quer escrever."

Escrever faz parte de mim. Escrevo, logo existo, eu já disse isso antes. Escrever me diz muito sobre mim. Às vezes eu me descubro escrevendo. Percebo várias coisas escrevendo.
E escrever ficção é como ir tecendo uma malha que vai tomando forma aos poucos e revelando seu desenho, revelando seu universo. Muitas vezes nem eu sei qual será o desenho final.

Sim, eu quero escrever. Eu preciso escrever. Eu tenho que escrever, pra ser quem eu sou.

(Escrito na lanchonete do CAC hoje à tarde, e fazia sentido na hora.)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Escrevo, logo existo

(escrito na tarde do dia 26 em Campos do Jordão)

Acho que fico tanto na cidade que o silêncio não me ajuda a escrever. Mas eu só consigo realmente escrever quando eu estou sozinha. Não sei se é vergonha de escrever na frente das pessoas. Mas tenho a impressão de que realmente não levam a sério o fato de eu escrever. Escrever o quê? Sobre o quê? Pra quem? E por quê?

Escrevo, logo existo. Porque sim. Porque o sol está quente e a sombra, fria. Porque o trem Maria-fumaça apita lá longe pra dizer que existe. Porque os quero-queros atacam os desavisados que se aproximam dos ninhos. Porque o céu está mais azul do que em São Paulo. Porque as araucárias daquele morro lá longe me encantaram. Porque nem parece tão longe assim. E porque eu fiquei sozinha agora, e porque eu me levo a sério.

(eu nunca vou aprender a falar coisas interessantes no blog e parar de falar sobre mim)

domingo, 29 de julho de 2012

simples assim

hoje não temos maiúsculas.

acho que as coisas costumavam ser mais simples. não sei se por que eu era criança, ou se foram surgindo mais coisas e elas foram realmente se complicando com o tempo.
antes, era ou não era. e mesmo que eu não quisesse acreditar que não era mais, não era e ponto. eu só tinha que aceitar isso e seguir em frente.
vai ver sou só eu questionando mais as coisas. vai ver são mais possibilidades. vai ver são mais coisas erradas. vai ver são as coisas que eu estou percebendo agora que estão erradas.
mas eu queria que fosse simples assim.