segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Escrevo, logo existo

(escrito na tarde do dia 26 em Campos do Jordão)

Acho que fico tanto na cidade que o silêncio não me ajuda a escrever. Mas eu só consigo realmente escrever quando eu estou sozinha. Não sei se é vergonha de escrever na frente das pessoas. Mas tenho a impressão de que realmente não levam a sério o fato de eu escrever. Escrever o quê? Sobre o quê? Pra quem? E por quê?

Escrevo, logo existo. Porque sim. Porque o sol está quente e a sombra, fria. Porque o trem Maria-fumaça apita lá longe pra dizer que existe. Porque os quero-queros atacam os desavisados que se aproximam dos ninhos. Porque o céu está mais azul do que em São Paulo. Porque as araucárias daquele morro lá longe me encantaram. Porque nem parece tão longe assim. E porque eu fiquei sozinha agora, e porque eu me levo a sério.

(eu nunca vou aprender a falar coisas interessantes no blog e parar de falar sobre mim)

2 comentários:

  1. Imouto, parece que sozinhos não temos barreiras e nem que explicar o por que das coisas. Pelo menos comigo é e sempre foi assim.

    Um texto bem interessante...

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    1. brigada, onee-san ^^

      é, parece que se tem mais alguém ali que não sabe exatamente o que você faz ou por que você escreve, a gente tem que ficar se justificando... acho que não entendem que escrever faz parte da gente e que é como fazer um desenho ou como pintar um quadro.

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