terça-feira, 8 de novembro de 2011

Levando a sério - parte 2 (fanfictions)

Continuando com os assuntos sérios!

Caso você não tenha visto o post anterior, uma pequena explicação: estou falando sobre assuntos que são muito sérios para mim, mas que geralmente não são levados com a mesma consideração por outras pessoas.

Quando falo para alguém que eu escrevo FANFICTIONS, as pessoas me lançam aquele olhar de rabo de olho como quem diz "Ah, você é dessas." Isso quando a pessoa sabe o significado do termo, claro.

Mas dessas quem?

Vamos começar do começo! O termo "fanfiction" quer dizer, numa tradução literal, "ficção de fã", e é empregado para se referir a histórias feitas por fãs a partir de histórias já existentes (livros, filmes, desenhos, jogos, quadrinhos, séries, novelas, pessoas reais, etc). Praticamente TUDO pode virar fanfiction.

"Mas peraí!", diz você. "Eu já sei de tudo isso! Fanfictions são aquelas histórias escritas por fãs que não estão contentes com o final desse livro ou daquela série, e querem fazer a história do seu jeito! E escrevem tudo que eles gostariam que acontecesse e não aconteceu."

Falar que eu sou "dessas" seria então dizer que sou uma "dessas pessoas que criam um universo paralelo controlado por elas para que possam fugir da realidade, alimentando suas fantasias com personagens imaginários".

E é isso que pessoas que escrevem fanfictions fazem.

Certo?

Errado!

Eu não sei o que vem na cabeça das pessoas quando eu falo em fanfiction (se é que vem alguma coisa), então não conseguiria fazer uma comparação objetiva como fiz no post anterior, do tipo "Olha, vocês pensam isso, mas na verdade é aquilo".

Acho que a primeira coisa que precisa ficar clara é que fanfiction é, ou melhor, pode ser literatura. Digo "pode ser" porque sei que por aí há bastante gente que se enquadra exatamente no "alimentando suas fantasias com personagens imaginários", escrevendo nada mais e nada menos do que aquilo que eles gostariam que acontecesse com eles, e em geral a qualidade desse tipo de trabalho é bem fraca. Não me atreveria a dizer que eles são maioria, pois a minha base é um fórum que participo e lá a maioria, pelo que vejo, não é "desses". Mas também não posso afirmar com certeza que são minoria. Voltemos!

Certo, se fanfic não serve para você modificar as histórias já existentes ao seu bel-prazer, pra que serve então? Ou, reformulando melhor a pergunta, por que você escreve fanfictions?

Essa é uma pergunta que posso responder apenas em meu nome. Mas, de acordo com alguns textos que tenho lido, me atreveria a dizer que é um sentimento compartilhado por várias pessoas.

Eu escrevo fanfictions porque aquela história específica provocou alguma inquietação em mim, não simplesmente um "gosto de quero mais", mas uma vontade de ir mais fundo naquele universo, de explorar mais esse ou aquele personagens e experimentar, abrir seu leque de emoções. Como ele reagiria nessa ou naquela situação? Será que eu compreendi realmente o personagem e a história?

Isso tudo é culpa dos universos maravilhosos e personagens apaixonantes criados pelos escritores, roteiristas, diretores, criadores de desenhos e quadrinhos.

Certo, e se é tão legal e tão mágico por que você não vai lá e cria seus próprios personagens e suas próprias histórias?

Bem, aí é que está. Eu tenho meus personagens e minhas histórias. Mas gosto de escrever fanfictions porque gosto de explorar esses outros universos e personagens, já criados, que me encantam. E ao escrever me deixo levar por suas emoções, como se eles estivessem escrevendo a história e não eu - os personagens não precisam ser meus para que isso aconteça. Por isso, digo e repito que escrever fanfiction não é simplesmente escrever aquilo que você gostaria que acontecesse. Os personagens também têm a sua voz.

E devo dizer que, para aqueles que almejam um dia escrever suas próprias histórias, ou mesmo para aqueles que já escrevem, é um ótimo exercício. Criar personagens consistentes do zero é realmente muito difícil, ainda mais se tiver que inseri-los em um universo também criado. Trabalhar personagens já existentes e desenvolver suas emoções e ações em diferentes cenários pode ser um ótimo treino antes de se aventurar no novo.

Bem, acho que posso encerrar por aqui. Se por acaso ficou curioso(a) em relação ao que eu escrevo, uma das minhas fanfictions pode ser lida aqui. Se já leu até aqui, não custa dar uma espiadinha, né?

E aí, levou a sério, agora? ;)

(Gostou? Interessou? Para saber mais: FanFiction.net. E esse é o fórum de que participohttp://s1.zetaboards.com/Need_for_Fic/index/ )

Levando a sério - parte 1

Às vezes eu tenho a impressão de que, quando falo em certos assuntos, as pessoas não me levam a sério.

Não aqui. Não tenho esse problema no blog. Aliás, não tenho esse problema por escrito. Penso que é muito mais fácil levar uma pessoa a sério por escrito do que pessoalmente. Ainda mais eu, cheia de inseguranças e medo de falar em público e bla bla bla.

Mas enfim. Esse post é destinado para aquelas pessoas que não levam a sério certas coisas que eu falo, não por maldade, mas simplesmente porque não entendem os significados dessas coisas para mim. E que elas são realmente SÉRIAS.

Essas pessoas geralmente não lêem o meu blog, creio eu... mas não custa tentar!

Vou me direcionar para dois assuntos que, quando menciono, as pessoas me dirigem "aquele" olhar: HANSON e FANFICTIONS.

Esse post acabou ficando maior do que eu queria, então vou separá-lo em dois posts e falar de uma coisa em cada um.

Vamos aproveitar que faz dois dias apenas que fui no show e começar por HANSON.

Hoje resolvi começar com uma abordagem diferente, mais imagética do que só por texto (isso significa que será o primeiro post com fotos, YAY!). Acho que traduz bem o que eu quero passar.

O que vem na cabeça das pessoas quando eu falo em Hanson:



A que eu estou realmente me referindo quando eu falo em Hanson:



Ok. Colocada a diferença assim parece um tanto chocante, né? Geralmente o pensamento mais comum é "Hanson? Aqueles loirinhos de MMMbop? Eles ainda EXISTEM?"

E a resposta é SIM, eles EXISTEM, e vou dizer que pra mim existem muito mais do que muita gente. E mais, eles ainda tocam, ainda fazem música, continuam tocando juntos (e unidos) e evoluíram muito mais nesses 14 anos de estrada do que muitas bandas que conheço.

Quando eu falo que eu gosto de Hanson, que eu fui ao show dos Hanson, eu estou falando sério. Hanson para mim não é só uma banda bonitinha de músicas legaizinhas. As músicas deles falam comigo como se tocassem na alma e traduzissem sentimentos. E eu sei que elas são realmente sinceras, porque esses rapazes aí não quiseram sucumbir à imposição da mídia. Quando a gravadora recusava música atrás de música porque não era o que eles procuravam, eles romperam o contratato e criaram a própria gravadora, lançaram o CD e fizeram turnê. Ou seja, a gravadora realmente não compreendia as músicas dele, não enxergava o quão bons eles são.

Mas há um preço em ser independente. Você não deve ter ouvido eles nas rádios, né? Pois é. Por isso que você não tem ouvido falar deles.

Ahá! Então quer dizer que eles não fazem mais sucesso. E você é só mais uma fã insistente que continua desesperadamente procurando sobre eles em cantos obscuros da internet.

PÉÉÉ! 

Errado. Eles são a banda indie com mais sucesso nos EUA e continuam lançando álbuns e fazendo shows (o último aqui em São Paulo encheu bem mais que o esperado).

E uma vez entendido isso, não assuma que você sabe do que estou falando se tudo o que vem na sua cabeça quando falo neles são três garotinhos loirinhos cantando um pop animadinho e sem significado. As músicas deles são incrivelmente carregadas de sentimentos, e sentimentos reais.

Eu imagino que as pessoas não vão ter paciência pra ficar vendo clipes, mas se você quiser entender a diferença e a evolução da banda nesses anos, peço para ouvir (nem que seja um trecho de cada) MMMBop (pra recordar!), de 97, e depois comparar com o vídeo de baixo, uma música do álbum novo que eles lançaram esse ano, Shout it Out.

MMMBop (1997)


Ah! Pra quem ainda não aprendeu, é:
MMMbop, ba du ba dop ba du bop, 
ba du ba dop ba du bop, 
badu ba dop ba du (yeah, yeah!)

And I Waited (2011)


Só pra constar, quem canta essa é o Zac (baterista, mais novo dos 3).


E aqui termino a primeira parte das coisas sérias. (: